Com ênfase nos elementos musicais, montagem da peça de Chico Buarque e Paulo Pontes, por João Fonseca, chega do Rio
"Escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes em 1975, Gota D'Água é uma adaptação de Medéia, tragédia de Eurípides, que denunciava na época a opressão político-econômica no País. A ditadura militar havia mostrado claramente todas as garras. Passados mais de 30 anos, 'a filosofia da esperteza' do sambista Jasão se tornou um sinal dos tempos atuais, segundo o diretor João Fonseca. 'Antes era mais fácil identificar os mocinhos e os bandidos, hoje as coisas são mais confusas', diz.
Ele é o responsável pela nova montagem de Gota D'Água, levada ao palco no Rio em outubro do ano passado e que estreou ontem no Sesc Vila Mariana. Fica em cartaz até o dia 22, às sextas e sábados (20h30) e aos domingos (18h). Na sua montagem, João Fonseca enfatizou os elementos musicais da peça, diminuiu o número de personagens e enxugou o texto. A estrutura em versos foi mantida.
O diretor diz que a exploração dos poderosos aumentou a perversidade porque hoje se faz de modo ainda mais dissimulado. Classifica Jasão (Lucci Ferreira) como a flor do lodo cooptada por Creonte (Thelmo Fernandes), dono do conjunto residencial Meio-Dia, onde se passa a tragédia a um só tempo amorosa e social de Gota D'Água.
Jasão abandona Joana (Izabella Bicalho), mãe de seus dois filhos, seduzido pelas benesses proporcionadas por Creonte, que cede a mão da filha, Alma (Maíra Kestenberg), ao sambista. 'Jasão tem a ver com uma nova forma de manipular, mais atual e diferente da de Creonte, que explorava às claras.'
O assédio também se volta para Joana, que parece extrair toda a sua força da dor do abandono, pelo qual vai exercer sua vingança contra Jasão. Isso custará a vida dela e a dos filhos. 'A personagem de Joana é radical, forte, à frente do seu tempo.' O Brasil atual, segundo João Fonseca, precisa de mais Joanas, porque elas são incorruptíveis. Resta perguntar qual o preço a ser pago por essas Joanas".
Ele é o responsável pela nova montagem de Gota D'Água, levada ao palco no Rio em outubro do ano passado e que estreou ontem no Sesc Vila Mariana. Fica em cartaz até o dia 22, às sextas e sábados (20h30) e aos domingos (18h). Na sua montagem, João Fonseca enfatizou os elementos musicais da peça, diminuiu o número de personagens e enxugou o texto. A estrutura em versos foi mantida.
O diretor diz que a exploração dos poderosos aumentou a perversidade porque hoje se faz de modo ainda mais dissimulado. Classifica Jasão (Lucci Ferreira) como a flor do lodo cooptada por Creonte (Thelmo Fernandes), dono do conjunto residencial Meio-Dia, onde se passa a tragédia a um só tempo amorosa e social de Gota D'Água.
Jasão abandona Joana (Izabella Bicalho), mãe de seus dois filhos, seduzido pelas benesses proporcionadas por Creonte, que cede a mão da filha, Alma (Maíra Kestenberg), ao sambista. 'Jasão tem a ver com uma nova forma de manipular, mais atual e diferente da de Creonte, que explorava às claras.'
O assédio também se volta para Joana, que parece extrair toda a sua força da dor do abandono, pelo qual vai exercer sua vingança contra Jasão. Isso custará a vida dela e a dos filhos. 'A personagem de Joana é radical, forte, à frente do seu tempo.' O Brasil atual, segundo João Fonseca, precisa de mais Joanas, porque elas são incorruptíveis. Resta perguntar qual o preço a ser pago por essas Joanas".
Fonte: O Estado de São Paulo - Francisco Quinteiro Pires - 31/05/08.
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