Blog Supercênico (Jornal O Dia) - André Gomes - 30-11-07
"O coração tem razões que a própria razão desconhece”, diz Medéia, personagem-título da tragédia de Eurípides, inspiradora de Joana, protagonista do musical ‘Gota d’Água’. Já se passaram 32 anos desde que Bibi Ferreira brilhou na estréia da peça de Chico Buarque e Paulo Pontes, mas somente gora a dor da amarga heroína abandonada pelo marido ambicioso volta a ganhar as tintas necessárias.
Quem conduz a cena da montagem atual de um dos mais festejados musicais brasileiros é João Fonseca, que teve a liberdade de incluir duas canções inexistentes no original: ‘Partido Alto’ (1972) e ‘O Que Será — À Flor da Pele’ (1976).
Conduzir é a palavra perfeita para Fonseca: seu elenco, encabeçado por uma eletrizante Izabella Bicalho como Joana, se atira com fervor às marcações muito bem adequadas ao cenário funcional de Nello Marrese. O uso de praticáveis de madeira que adquirem formas variadas é um grande acerto, assim como a inclusão de um DJ que dá acento pop à banda que executa as músicas ao vivo. Considerações técnicas à parte, vale o aviso: essa montagem de ‘Gota d’Água’ emociona, é quente e atrai, na platéia, a identificação de quem já sofreu das dores de amor. No elenco, um extravagante Thelmo Fernandes diverte nos números musicais na pele de Creonte, dono do conjunto imobiliário onde mora Joana — ele quer expulsá-la para que sua filha possa viver em paz com Jasão (Lucci Ferreira, sedutor na medida).
A sede de vingança de Joana contra o ex-marido é catártica, e é com a mesma fúria que Izabella interpreta parte das canções. É dolorido, bonito de se ver e ouvir, até o desfecho da festa. A gota d’água".
"O coração tem razões que a própria razão desconhece”, diz Medéia, personagem-título da tragédia de Eurípides, inspiradora de Joana, protagonista do musical ‘Gota d’Água’. Já se passaram 32 anos desde que Bibi Ferreira brilhou na estréia da peça de Chico Buarque e Paulo Pontes, mas somente gora a dor da amarga heroína abandonada pelo marido ambicioso volta a ganhar as tintas necessárias.
Quem conduz a cena da montagem atual de um dos mais festejados musicais brasileiros é João Fonseca, que teve a liberdade de incluir duas canções inexistentes no original: ‘Partido Alto’ (1972) e ‘O Que Será — À Flor da Pele’ (1976).
Conduzir é a palavra perfeita para Fonseca: seu elenco, encabeçado por uma eletrizante Izabella Bicalho como Joana, se atira com fervor às marcações muito bem adequadas ao cenário funcional de Nello Marrese. O uso de praticáveis de madeira que adquirem formas variadas é um grande acerto, assim como a inclusão de um DJ que dá acento pop à banda que executa as músicas ao vivo. Considerações técnicas à parte, vale o aviso: essa montagem de ‘Gota d’Água’ emociona, é quente e atrai, na platéia, a identificação de quem já sofreu das dores de amor. No elenco, um extravagante Thelmo Fernandes diverte nos números musicais na pele de Creonte, dono do conjunto imobiliário onde mora Joana — ele quer expulsá-la para que sua filha possa viver em paz com Jasão (Lucci Ferreira, sedutor na medida).
A sede de vingança de Joana contra o ex-marido é catártica, e é com a mesma fúria que Izabella interpreta parte das canções. É dolorido, bonito de se ver e ouvir, até o desfecho da festa. A gota d’água".
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