terça-feira, 14 de abril de 2009

Sobre Gota D´Água


Em 1975, Chico escreveu com Paulo Pontes a peça Gota d'água, a partir de um projeto de Oduvaldo Viana Filho, que já havia feito uma adaptação de Medéia, de Eurípedes, para a televisão.

A tragédia urbana, em forma de poema com mais de quatro mil versos, tem como pano de fundo as agruras sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional, a Vila do Meio-dia, e, no centro, a relação entre Joana e Jasão, um compositor popular cooptado pelo poderoso empresário Creonte.

Jasão termina por largar Joana e os dois filhos para casar-se com Alma, a filha do empresário. A primeira montagem teve Bibi Ferreira no papel de Joana e a direção de Gianni Ratto.


Elenco da primeira montagem:

Bibi Ferreira: Joana
Oswaldo Loureiro: Creonte
Luiz Linhares: Egeu
Roberto Bomfim: Jasão
Bete Mendes: Alma
Sonia Oiticica: Corina
Carlos Leite: Cacetão
Isolda Cresta: Nenê
Norma Sueli: Estela
Selma Lopes: Zaíra
Maria Alves: Marta
Roberto Rônei: Boca Pequena
Isaac Bardavi: Amorim
Geraldo Rosas: Xulé
Angelito Melo: Galego


O que foi escrito sobre a "Gota D´Água" (1975):

"(...) Desde os minutos iniciais do espetáculo, a extraordinária riqueza do texto, certamente um dos mais belos e densos da moderna dramaturgia nacional, voltou a exercer sobre mim a sua magia e impacto. Efeitos estes que se devem, no plano mais imediato, à fabulosa força poética do diálogo".

Yan Michalski


"(...) a peça se valoriza pelos versos admiráveis. Nunca a poesia exerceu, em nosso teatro, uma função dramática tão feliz. As palavras se encadeiam com maravilhosas surpresas sonoras e ao mesmo tempo brotam com uma incrível espontaneidade. (...) Gota d'água alia muito bem um motivo clássico a um tratamento brasileiro, em bela linguagem literária. A adaptação não é só brasileira: é moderna e universal".

Sábato Magaldi


"Em Gota D'Água, a teatralidade e a poesia, o humor e a paixão, a observação justa e 0 permanente significado realista-crítico de todas as cenas, trazem uma correta inversão do significado ideológico do teatro clássico: 0 homem, aqui, não é uma vitima de forças eternas e invencíveis. Não está passivamente submetido aos deuses e aos poderosos. Como em Brecht, o homem é o destino do homem. Gota d'Água é uma eloqüente afirmação de que o homem transforma. Constrói seu destino e sua liberdade".

Fernando Peixoto


"Todos eles (atores) transfigurados, reiluminados por essa grande e sensível intérprete que é Bibi Ferreira. Tão fantástico é o seu dom para o teatro que consegue superar seus próprios limites físicos para viver Joana, a Medéia brasileira, com uma garra de leoa, um ímpeto, uma honestidade que ultrapassam barreiras de tempo e de estilo, de escola e de forma. Bibi mostra o que é o ator quando entra em cena banhado dessa emoção sagrada que é energia teatral transformada em personagem vivida às últimas consequências".

Alberto Guzik


Um comentário:

  1. as criancas q participaram da peca em brasilia,qual o nome delas?Adorei os dois!Mais aquela menina era incrivel!Por favor me fale o nome delas!

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