quarta-feira, 6 de maio de 2009

Izabella Bicalho em entrevista ao Portal Destak, de Portugal



Izabella Bicalho está pela 1.ª vez em Portugal para protagonizar um espectáculo bem brasileiro. Com músicas de Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota d’Água é inspirado numa tragédia grega e intercala momentos de profunda emoção com risos e gargalhadas.


Este espectáculo dá (ainda) mais visibilidade ao Brasil?

Eu acredito que sim. É um trabalho muito brasileiro. É uma adaptação de uma tragédia grega, para a realidade brasileira, com música de Chico Buarque e arranjos bem actuais e diversificados. Dá uma boa ideia do que é o teatro no Brasil.


É a 1.ª vez que sai do Brasil?

O espectáculo estreou no fim da década de 70 no Brasil, fez um enorme sucesso e tornou-se um clássico. É a 2.ª vez que é montado desta forma tão grande e a 1.ª fora do Brasil.


Sente uma grande responsabilidade em trazer este projecto para fora do Brasil?

É uma responsabilidade e uma honra defender a música de artistas tão importantes como Chico Buarque e Paulo Pontes. Gosto muito de cantar as músicas de Chico Buarque, são muito teatrais e muito boas para actores cantarem.


Como construiu a sua personagem?

A minha personagem é a versão brasileira da Medeia. Eu diria que a Joana é mais latina do que a Madeia grega. É mais apaixonada, mais desesperada e toda a atitude de heroína trágica acontece por desespero da situação. Ela é mais próxima de nós e mais humana nesse sentido.


Identifica-se com a Joana?

A personagem é muito forte e eu procuro espelhar-me nela em relação à força pessoal. Isso é uma coisa que procuro ter na minha vida: coragem para enfrentar o que não é justo e perseverança para conquistar os objectivos.


Este é um musical poético?

É um texto maravilhoso, muito bem escrito e muito bom de se dizer. É um presente para o actor. Basta dizer o texto com clareza que ele por si só já traz muita emoção.


É um texto sempre actual?

É sempre actual porque a questão principal do texto é a história de amor, que é uma questão universal de todos os tempos. Tenho a certeza que quem for assistir à peça e tiver sofrido alguma questão de amor vai com certeza se identificar em algum momento.


Mas depois deparamo-nos com um fim trágico…

O fim é trágico, nisso não fugimos da tragédia grega. O herói trágico tem sempre de ver as coisas de uma forma única e não vê outra solução além daquela. Mas esse espectáculo foi construído numa montagem mais moderna. Acrescentámos mais músicas do Chico Buarque, musicamos alguns trechos que originalmente eram falados. Tem muitos momentos para se divertir e para rir além dos momentos para se emocionar profundamente.


A Izabella canta, samba, representa. Considera-se uma actriz que canta ou uma cantora que representa?

Considero-me uma actriz que canta, apesar de já estudar técnica vocal há muitos anos. O meu trabalho nessa área já vem amadurecendo há algum tempo.


Com este trabalho já foi considerada a Melhor Actriz várias vezes…

Com este trabalho consegui um reconhecimento que esta sendo muito importante para a minha carreira. É um momento muito feliz. Poder mostrar para os portugueses este trabalho realmente fecha com chave de ouro esse momento da minha carreira.


Lisboa | Centro Cultural de Belém | 5 a 9 de Maio
Estarreja | Cine-Teatro | 15 de Maio
Figueira da Foz | CAE | 16 de Maio
Porto | Coliseu | 20 de Maio
Faro | Teatro das Figuras |23 de Maio.


Filipa Estrela | festrela@destak.pt

Um comentário:

  1. Acabei de ver agora o Musical Gota d'Água no Coliseu dos Recreios em Lisboa, Foi simplesmente extraordinário! Muitos parabéns e voltem sempre.
    Izabella, você é uma artista completa. Muitos parabéns e não deixe de nos brindar com o seu talento. Voltem sempre a Portugal. :)
    Beijinhos para todos.
    Selma

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