terça-feira, 19 de maio de 2009

MAIS DE MIL PESSOAS ASSISTIRAM AO FADO-SAMBA “GOTA D’ÁGUA” NO CCC


Depois de um grande sucesso em Lisboa, o musical “Gota D’Água” iniciou a sua tournée pelo país no CCC das Caldas da Rainha, um dia antes do previsto, 12 de Maio, com uma sessão extra.

A grande procura na bilheteira pelo espectáculo programado para dia 13, fez com que a direcção do Centro Cultural das Caldas decidisse por proporcionar mais uma data para o seu público.

Trinta anos depois, o espectáculo volta a encher plateias com uma abordagem contemporânea, uma linguagem moderna e com novos arranjos musicais.

“Gota D´Água" é um espectáculo com direcção geral de João Fonseca, direcção musical de Roberto Burguel e que conta com a actriz Izabella Bicalho e o actor Cláudio Lins como figuras principais.

Izabella Bicalho, conhecida do grande público pela sua participação como Narizinho na série infantil “Sítio do Picapau Amarelo”, foi quem deu origem a esta nova versão.

A actriz gostou muito de começar a sua digressão fora de Lisboa num espaço tão bonito. “Adorei este teatro, é lindo Começámos a tournée com o pé direito”, disse.

Principalmente porque conseguiram fazer um espectáculo m ais intimista e com uma abordagem mais directa ao público. “A resposta do público foi muito calorosa”, considerou.

Por outro lado, ficou surpreendida por uma cidade da dimensão das Caldas da Rainha ter umas instalações com estas condições. Algo que não acontece no Brasil.

A origem deste musical remonta a 1975, quando Chico Buarque e Paulo Pontes adaptaram a tragédia "Medeia", de Eurípedes, à realidade brasileira, dominada então pela censura federal e repressão ideológica.

Esta foi a forma encontrada pelos autores de contornarem a censura que existia durante a ditadura no Brasil. A actualidade do texto continua e faz sentido em qualquer país. “ A exploração dos mais fracos pelos mais fortes é universal”, referiu a produtora e actriz.

De qualquer forma, o tema central é “a história de amor e a desilusão amorosa, que é ainda mais universal”.

A carga poética emocionou a crítica e o público tornando-se este musical num sucesso sem precedentes. São vários os momentos em que o coração aperta, mas também existe muita alegria durante todo o espectáculo. Por isso, se fala em “fado-samba”. Pela sua intensidade dramática, ao ritmo brasileiro.

Desde que arrancou com este projecto no Brasil, Izabella Bicalho teve sempre como objectivo apresentar o trabalho em Portugal. “É o coroar o nosso trabalho, da melhor maneira”, afirmou.

Não há dúvida que o público se rendeu ao elenco. Paulo Soledade, de Leiria, gostou muito e ao intervalo dava-lhe nota 10.

O espectador soube que o espectáculo vinha às Caldas da Rainha por uma rádio nacional e foi ao sítio na Internet do CCC para comprar os bilhetes via online. “Devo dizer que funciona ‘cinco estrelas’. É muito simples e funciona bem”, afirmou.

Paula Lopes, das Caldas da Rainha, também disse ter gostado muito, apesar de ser algumas partes mais pesadas sentimentalmente. “Como mulher é mais difícil ver algumas coisas”, disse.

Cliente habitual do CCC, muitas vezes tem deixado para os últimos dias a compra dos bilhetes e muitas vezes nem consegue ver o que quer. “Eu gosto da programação, porque acho que é equilibrada”, considera, mas admite que gostava de ver outro género de eventos como teatro de revista e espectáculos de La Feria.



Fonte: Portal do Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha.

http://www.ccc.eu.com/artigos/artigo.asp?sec=35&nid=433


quarta-feira, 13 de maio de 2009

Turnê do musical de Chico Buarque será encerrada em Lisboa


O musical "Gota D'Água", criado por Chico Buarque e Paulo Pontes, será encerrado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em 25 de maio, após uma turnê por seis cidades em Portugal.

De acordo com a empresa Mandrake, promotora do espetáculo, a turnê ganhou mais uma data, pois os ingressos para o Centro Cultural de Belém, também na capital portuguesa, foram esgotados.

"Gota D'Água" tem direção geral de João Fonseca e direção musical de Roberto Burguel. As figuras principais do elenco são os atores Izabella Bicalho e Cláudio Lins.

A origem deste musical remonta a 1975, quando Chico Buarque e Paulo Pontes adaptaram a tragédia "Medeia", de Eurípedes, à realidade brasileira, dominada então pela censura e repressão.

Com uma grande carga poética, o espetáculo emocionou na época a crítica e o público, tornando-se um grande sucesso no Brasil.


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Nicette Bruno e Paulo Goulart dão as boas-vindas ao elenco do musical Gota d'Água


Além das telenovelas, as peças brasileiras são aclamadas em Portugal. "Somos reconhecidos na rua", vibrou Nicette Bruno (76) que, com o marido, Paulo Goulart (76), apresentou por três semanas O Homem Inesperado, em Lisboa. O casal também deu as boas-vindas aos atores de Gota d'Água no coquetel de lançamento do musical, que ficará um mês no país.

"Desejamos feliz estada a eles", disse Nicette, referindo-se a Sheila Matos, Izabella Bicalho (36), Armando Babaioff (28), Lorenzo Martin (29) e Cláudio Lins (36). O evento, no bar Speakeasy, foi prestigiado por artistas portugueses: o cantor Sérgio Godinho (63) e os atores Helena Isabel (57) e Victor de Sousa (62).


Confira as fotos (clique para ampliá-las):








Fonte: Portal Caras - segunda-feira, 11 de maio de 2009


Dois dias de “Gota D’Água” devido à grande procura


A grande procura pelo musical “Gota D’Água”, agendado para 13 de Maio, levou a que a direcção do CCC das Caldas da Rainha decidisse proporcionar mais uma sessão no dia 12, também às 21h30.

Um dos mais famosos musicais brasileiros, de Chico Buarque e Paulo Fontes, tem estado a fazer sucesso no CCB, em Lisboa, e o CCC é o próximo destino da digressão nacional.

Gota D´Água" é um espectáculo com direcção geral de João Fonseca, direcção musical de Roberto Burguel e que conta com a actriz Izabella Bicalho e o actor Cláudio Lins como figuras principais.

A origem deste musical remonta a 1975, quando Chico Buarque e Paulo Pontes adaptaram à realidade brasileira a tragédia "Medeia" de Eurípedes.

Esta foi a forma encontrada pelos autores de contornarem a censura que existia durante a ditadura no Brasil.

A carga poética emocionou a crítica e o público tornando-se este musical num sucesso sem precedentes.

A ideia foi originalmente derivada de um trabalho de Oduvaldo Viana Filho, que adaptara a peça grega clássica de Eurípedes sobre o mito de Medéia, para a televisão, e à memória do qual foi dedicada.

Trinta anos depois, o espectáculo volta a encher plateias com uma abordagem contemporânea, uma linguagem moderna e com novos arranjos musicais.

Nesta nova versão, a personagem feminina, Joana, é uma mulher batalhadora que vive nos subúrbios de uma grande cidade brasileira, a Vila do Meio-Dia, e que um dia é abandonada pelo marido, que a troca por uma mulher muito mais jovem e rica, filha de Creonte.

Enquanto a mulher fica destroçada pela dor da traição, Jasão, o ex-marido compositor de sambas, vive dias de felicidade ao lado de Alma, desfrutando do sucesso do samba "Gota D´Água", que não pára de passar nas rádios da cidade.

Cláudio Lins, actor bem conhecido do público português, é Creonte.

Joana é interpretada por Izabella Bicalho, uma actriz fenomenal que tem arrecadado prémios atrás de prémios no Brasil pelo seu desempenho neste extraordinário musical, também ele premiado várias vezes.

Izabella Bicalho deu corpo à personagem Narizinho na série brasileira “Sítio do Picapau Brasileiro” e depois de anos fora das luzes da ribalta regressa como mentora deste projecto.

O prémio Contigo, o prémio Shell ou o prémio APTR da crítica carioca, são alguns dos galardões atribuídos a Gota D’Água, um espectáculo imperdível que estreia agora em Portugal.

«O que será (à flor da pele)», «Partido Alto» «Gota D..Água», «Comadre Joana», «Vila do Meio Dia» e «Paó», são alguns dos célebres temas interpretados ao vivo por uma magnífica banda composta por músicos de eleição.

Um espectáculo emocionante, magistralmente dirigido por João Fonseca, onde mais uma vez o génio de Chico Buarque volta a estar bem evidente.


Fonte: Portal do Centro Cultural e Congressos - Caldas da Rainha (Portugal).


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Na Sombra de Medeia



"Muita gente que entrou ontem no Centro Cultural de Belém para assistir à estreia do musical Gota d’Água de Chico Buarque, desconhecia o nome da protagonista e produtora Izabella Bicalho. Alguns poderiam até lembrar-se de participações espaçadas em novelas, inclusivamente O Sítio do Picapau Amarelo, mas poucos estavam preparados para se lançarem aos seus pés. Mas foi isso que aconteceu, a rendição do público à presença efusiva de Bicalho foi total e extasiante.

Tudo se enquadra numa adaptação de uma tragédia grega de Eurípedes, Medeia, à realidade social do Brasil. Conta a história de Joana, uma mulher de quarenta anos, que é abandonada com os seus filhos por Jasão, um homem a quem dedicou dez anos da sua vida apenas para ser trocada por uma substituta mais nova e endinheirada. A pobreza das favelas e o desespero das suas gentes é aqui misturada com engenho com os traços mais denomináveis do material de origem, exacerbando os sentimentos de vingança e revolta de Joana até eles ficarem bem à flor-da-pele, sufocantes e impugnáveis.

A música de Chico Buarque, a composta para a peça entre as outras canções, ganha um novo fulgor quando vemos a espiral de cólera tomar a cena. O elenco é competente, nomeadamente Cláudio Lins, mas parece que só quando Bicalho e a sua personagem entram em cena que a peça realmente começa e a partir daí as poucas incongruências cénicas que minaram as primeiras canções desvanecem e a sublimidade mantém-se até as cortinas cerrarem. Izabella Bicalho cedo arrebata o público com a sua entrega esgotante na interpretação de temas tão memoráveis quanto ‘Bem Querer’, ‘O Que Será’ e ‘Gota d’Água’, clássicos da música popular brasileira que se enaltecem na voz revoltada e torturada da actriz. No final, exausta e sem mais nada para dar, agradece com graciosidade a presença e recepção do público. Este responde da única maneira possível: em sonante ovação".


Por Nuno Gonçalves - Blog "O Homem que Viveu Duas Vezes" http://ohomemqueviveuduasvezes.blogspot.com/2009/05/na-sombra-de-medeia.html


Sessão extra a 12 de Maio do "Gota D´Água"


A grande procura pelo musical “Gota D’Água”, agendado para 13 de Maio, levou a que a direcção do CCC das Caldas da Rainha decidisse proporcionar aos interessados mais uma sessão no dia 12, também às 21h30.

Um dos mais famosos musicais brasileiros, de Chico Buarque e Paulo Fontes, tem estado a fazer sucesso no CCB, em Lisboa, e o CCC é o próximo destino da digressão nacional.

"Gota D´Água" é um espectáculo com direcção geral de João Fonseca, direcção musical de Roberto Burguel e que conta com a actriz Izabella Bicalho e o actor Cláudio Lins como figuras principais.

A origem deste musical remonta a 1975, quando Chico Buarque e Paulo Pontes adaptaram à realidade brasileira a tragédia "Medeia" de Eurípedes.

Esta foi a forma encontrada pelos autores de contornarem a censura que existia durante a ditadura no Brasil.


Fonte: Jornal Oeste Online (Portugal).


Cinco motivos para ver "Gota D´Água"


1. Chico Buarque
Podem-se levantar vozes a dizer que o Chico cantor é melhor que o Chico compositor para teatro. Podem. Mas quando se fala de Chico Buarque, dizer que um é melhor que o outro não indica que o segundo seja mau, apenas que não é tão excepcional. "Gota d'Água", que estreou em 1975, em plena ditadura militar brasileira, foi o terceiro espectáculo que o carioca musicou, depois de "Roda Viva" (1968) e "Calabar" (1973), e imediatamente antes da célebre "Ópera do Malandro" (1978). Do musical, que o carioca escreveu com Paulo Pontes a partir da tragédia "Medeia", de Eurípides, fazem parte temas célebres como "Gota d'Água", "Flor da Idade" e "Basta um Dia". Três exemplos de como as obras-primas podem ter apenas três minutos.

2. As músicas que foram acrescentadas
Nesta nova versão do musical, encenado por João Fonseca, foram acrescentados ao repertório original dois temas de Chico Buarque escritos na mesma época: "Partido Alto" (1972) e "O que será (à flor da pele)" (1976), provavelmente uma das mais bonitas canções do músico carioca, e que no espectáculo entra a seguir a uma briga terrível do casal protagonista. Há mais canções, o que é sempre uma boa notícia e mais uma excelente razão para se ir ao CCB ver este musical.

3. Izabella Bicalho
Nos anos 80, foi a Narizinho do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", uma miúda de lacinhos no cabelo e muita imaginação na cabeça. Agora Izabella Bicalho é a actriz a quem cabe o papel que nos anos 70 foi de Bibi Ferreira: o da protagonista, Joana, uma Medeia latina e muito emotiva que pega na tragédia da Medeia grega e a multiplica por mil, como só o povo latino pode fazer. Na verdade, Bicalho, que também já foi Carmen Miranda no musical de Miguel Falabella, "South American Way", não é só a actriz com o papel principal nas mãos. A remontagem de "Gota d'Água" é um projecto seu, e entre direitos de autor, financiamento e reunião do elenco, demorou três anos a concretizar. No espectáculo, a actriz contracena com Cláudio Lins (que já entrava na remontagem da "Ópera do Malandro") e Armando Babaioff.

4. Inventividade da adaptação
É caso para dizer que da tragédia do grego Eurípides só ficou a espinha e a estrutura em verso. De resto, tudo foi adaptado. Em vez de em Corinto, a acção passa-se na Vila do Meio-Dia, nos subúr- bios de uma cidade brasileira. Em vez de Medeia, a personagem principal chama-se Joana, que não é feiticeira mas uma espécie de defensora dos pobres e oprimidos. Jasão, por quem a protagonista se apaixona e por quem é traída, é um homem mais novo que alcança o sucesso através de um samba que compôs, o "Gota d'Água", e Creonte é um especulador imobiliário que cobra rendas exorbitantes. "Gota d'Água" é uma tragédia, sim, mas pouco grega e muito brasileira usada no tempo da censura para falar da luta de classes e onde há e até capoeira.

5. A onda de boas críticas e prémios
A temporada de "Gota d'Água" no Brasil diz muito do seu sucesso. O espectáculo, que estreou no Rio de Janeiro em Outubro de 2007, devia ter estado dois meses em cena, mas acabou por ficar um ano e meio em cartaz devido à enorme afluência do público. Pelo caminho foi conquistando prémios: o Prémio Shell, o Prémio APTR da crítica, o Prémio Contigo e o Prémio Qualidade Brasil.


Fonte: Portal Informação (Portugal) - 08/05/2009.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Musical de Buarque convence



Um espectáculo empolgante, que faz jus à qualidade a que Chico Buarque nos habituou e não desvirtua ‘Medeia’, o clássico de Eurípides em que se inspira. Trata-se de ‘Gota d’Água’, musical que acaba de estrear no Centro Cultural de Belém – onde ficará até sábado, antes de prosseguir digressão – e que tem na protagonista, Izabella Bicalho, uma mais-valia.

Sem cenários deslumbrantes, o que está aqui em causa é um conceito de musical que tem pouco a ver com as produções de encher o olho. O espectáculo do encenador João Fonseca vive – para além da excelência da música – do trabalho de um colectivo de actores coeso e consistente e de uma contracena cuidada e nunca apressada. Mesmo com um texto em verso – daí resultando que os actores parecem estar sempre a cantar – não se perde o sentido daquilo que é dito.

Apesar de se anunciar como uma ‘nova leitura’ de um espectáculo que já tem três décadas (estreou em 1975), a verdade é que estamos na presença de uma proposta politizada, em que são notadas influências de Brecht ou do recentemente falecido Augusto Boal. ‘Creonte’ – o proprietário interpretado por Cláudio Lins – podia ser substituído pelos bancos, na tentativa de extorquir cada tostãozinho aos cidadãos. Actualidade: total.

Depois de Lisboa, ‘Gota d’Água’ vai às Caldas da Rainha (dia 13), Estarreja (15), Figueira da Foz (16), Porto (20) e Faro (23).


Fonte: Correio da Manhã (Lisboa) - 07/05/09.


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Izabella Bicalho em entrevista ao Portal Destak, de Portugal



Izabella Bicalho está pela 1.ª vez em Portugal para protagonizar um espectáculo bem brasileiro. Com músicas de Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota d’Água é inspirado numa tragédia grega e intercala momentos de profunda emoção com risos e gargalhadas.


Este espectáculo dá (ainda) mais visibilidade ao Brasil?

Eu acredito que sim. É um trabalho muito brasileiro. É uma adaptação de uma tragédia grega, para a realidade brasileira, com música de Chico Buarque e arranjos bem actuais e diversificados. Dá uma boa ideia do que é o teatro no Brasil.


É a 1.ª vez que sai do Brasil?

O espectáculo estreou no fim da década de 70 no Brasil, fez um enorme sucesso e tornou-se um clássico. É a 2.ª vez que é montado desta forma tão grande e a 1.ª fora do Brasil.


Sente uma grande responsabilidade em trazer este projecto para fora do Brasil?

É uma responsabilidade e uma honra defender a música de artistas tão importantes como Chico Buarque e Paulo Pontes. Gosto muito de cantar as músicas de Chico Buarque, são muito teatrais e muito boas para actores cantarem.


Como construiu a sua personagem?

A minha personagem é a versão brasileira da Medeia. Eu diria que a Joana é mais latina do que a Madeia grega. É mais apaixonada, mais desesperada e toda a atitude de heroína trágica acontece por desespero da situação. Ela é mais próxima de nós e mais humana nesse sentido.


Identifica-se com a Joana?

A personagem é muito forte e eu procuro espelhar-me nela em relação à força pessoal. Isso é uma coisa que procuro ter na minha vida: coragem para enfrentar o que não é justo e perseverança para conquistar os objectivos.


Este é um musical poético?

É um texto maravilhoso, muito bem escrito e muito bom de se dizer. É um presente para o actor. Basta dizer o texto com clareza que ele por si só já traz muita emoção.


É um texto sempre actual?

É sempre actual porque a questão principal do texto é a história de amor, que é uma questão universal de todos os tempos. Tenho a certeza que quem for assistir à peça e tiver sofrido alguma questão de amor vai com certeza se identificar em algum momento.


Mas depois deparamo-nos com um fim trágico…

O fim é trágico, nisso não fugimos da tragédia grega. O herói trágico tem sempre de ver as coisas de uma forma única e não vê outra solução além daquela. Mas esse espectáculo foi construído numa montagem mais moderna. Acrescentámos mais músicas do Chico Buarque, musicamos alguns trechos que originalmente eram falados. Tem muitos momentos para se divertir e para rir além dos momentos para se emocionar profundamente.


A Izabella canta, samba, representa. Considera-se uma actriz que canta ou uma cantora que representa?

Considero-me uma actriz que canta, apesar de já estudar técnica vocal há muitos anos. O meu trabalho nessa área já vem amadurecendo há algum tempo.


Com este trabalho já foi considerada a Melhor Actriz várias vezes…

Com este trabalho consegui um reconhecimento que esta sendo muito importante para a minha carreira. É um momento muito feliz. Poder mostrar para os portugueses este trabalho realmente fecha com chave de ouro esse momento da minha carreira.


Lisboa | Centro Cultural de Belém | 5 a 9 de Maio
Estarreja | Cine-Teatro | 15 de Maio
Figueira da Foz | CAE | 16 de Maio
Porto | Coliseu | 20 de Maio
Faro | Teatro das Figuras |23 de Maio.


Filipa Estrela | festrela@destak.pt

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Crítica social viaja ao som da bossa nova


Foi uma sala quase esgotada a que acolheu a estreia do musical brasileiro Gota d'Água, em Guimarães, para ver a reinvenção da tragédia grega pela pena de Chico Buarque.


Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 1 de Maio de 2009


Com músicos ao vivo e parco em cenografia, a riqueza de Gota d’Água, o espectáculo escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes, reside precisamente na riqueza do texto e na qualidade dos actores que o representam (e este verbo representar inclui aqui cantar ao vivo, dançar e por vezes ainda tocar instrumentos musicais).

O musical inspirado na tragédia Medeia, de Eurípedes, iniciou a digressão portuguesa no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. O protagonista masculino, Jasão, é um bon vivant, autor do samba Gota d’Água, que está a alcançar grande sucesso nas rádios, e está noivo de Alma, a filha de Creonte, um homem de negócios de ética duvidável. No bairro onde Jarsão vivia, suspeita-se que seja o sogro de Jarsão quem paga para o samba Gota d’Água ter tanto êxito nas telefonias. Para Creonte, Jarsão não é de todo o genro com que sonhou, mas está numa empreitada para o tornar o mais próximo possível do que esperava para a sua filha.

Joana, a mulher com quem Jarsão viveu dez anos no bairro e que, de repente, se vê abandonada e com os dois filhos pequenos para criar, está submergida num misto de dor profunda e raiva. Enquanto isso o ex-companheiro anda entretido nos preparativos para a boda e a herdar os negócios do futuro sogro. Depois de abandonada e maltratada, Joana decide vingar-se de quem a fez sofrer, num extraordinário desempenho da actriz Izabella Bicalho.

O coro é encarnado pelos vizinhos do bairro onde Jarsão e Joana moraram: três mulheres e três homens. Estas personagens secundárias vão fazendo o enquadramento do passado do casal e da evolução da história. O espectáculo alinha-se com vários fios: o dinheiro mal repartido, as relações baseadas no interessse, o egoísmo e aproveitamento dos mais fracos pelos mais fortes, tudo ao ritmo da bossa nova e com aquela espontaneidade que só os actores brasileiros conseguem.

A crítica social, a ambiguidade das personagens, que vagueiam entre a luz e a sombra, são intemporais e por isso mesmo o texto faz tanto sentido no Brasil dos anos 70 como no Portugal do séc. XXI. A Guimarães, seguem-se Lisboa, Estarreja, Figueira da Foz, Porto e Faro. Tudo durante o mês das noivas.


Fonte: rascunho.net


sexta-feira, 1 de maio de 2009

‘Gota d’Água’ estreia hoje m Guimarães



Musical de Chico Buarque e Paulo Pontes estreia esta noite no Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães

O musical que Chico Buarque e Paulo Pontes criaram em 1975, tendo como fonte de inspiração a ‘Medeia’ de Eurípides, estreia esta noite, às 21h30, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, partindo depois para uma digressão nacional que só terminará a 23.

Numa encenação de João Fonseca, aqui se conta a história de ‘Joana’, uma mulher pobre, que o companheiro, ‘Jasão’, abandona para ir casar com uma jovem endinheirada. A vingança de Joana não tardará e é de molde a tornar-se inesquecível para todo o bairro.

Com Izabella Bicalho e Cláudio Lins nos principais papéis, ‘Gota d’Água’ chega a Lisboa a 5 de Maio (CCB) e ao Porto no dia 20.


Fonte: Correio da Manhã - Portugal - Sexta-feira, 1 de Maio de 2009